24/11/17
Francieli Oliveira
Os trabalhadores em hospitais das regiões Carbonífera e Extremo Sul optaram por iniciar greve à 0h da próxima segunda-feira. A decisão saiu após assembleias realizadas durante todo o dia de ontem, quando 61% dos trabalhadores votaram pela paralisação, 38% foram contrários e 0,82% anularam os votos.
Nos próximos dias, a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindisaúde) irá deliberar por onde inicia a paralisação se estendendo gradativamente até chegar a todas as entidades hospitalares da região. A greve respeita o limite legal e irá garantir 100% de atendimentos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e na urgência e emergência e 30% dos trabalhadores nos demais setores.
Na última segunda-feira ocorreu a primeira rodada de negociação e a proposta patronal não agradou os trabalhadores, que reivindicam, principalmente, que as novas regras da reforma trabalhista não sejam colocadas em prática. Os hospitais estão oferecendo o reajuste baseado no Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) de 1,83%. São José, São João Batista e Unimed pagariam a partir de 1º de novembro e os demais a partir de 1º de janeiro sem retroativo.
Os trabalhadores também não abrem mão de resguardar os direitos já garantidos com a manutenção da cláusula da jornada 12x36 com o pagamento do feriado em dobro. “Eles não querem manter o pagamento em dobro na cláusula alegando que esta jornada já é garantida em lei em Súmula do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de 2004, mas sabemos que isso pode cair no futuro”, pontua o presidente do sindicato João Martins Estevam. Outro ponto que não é aceito pelos trabalhadores é a retirada da homologação no sindicato.
Nas reivindicações da categoria estão a garantia de manutenção dos direitos conquistados nas cláusulas sociais há quase dez anos; INPC do período de 2,5% mais 2% de aumento real e vale-alimentação ampliado de R$ 100 para R$ 170.
São cerca de 4 mil trabalhadores em 19 hospitais da região.
Tribuna